Category Archives: Síria

Entrevista sobre a Síria

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Há alguns dias, tive a oportunidade de dar uma entrevista sobre a situação na Síria ao programa “Caminhos de Emaús” da Paulus Editora.

Agradeço muito ao António Fonseca e à Cláudia Sebastião por terem posto as minhas divagações num formato compreensível.

A entrevista está incluída no programa 303 e pode ser ouvida aqui.

Lá vamos nós outra vez…

À medida que uma ofensiva ocidental na Síria se aproxima cada vez mais, as questões chatas do costume surgem com frequência redobrada.
Qual é o objectivo do ataque?
Quando e como deve terminar?
Que objectivos estratégicos serve ele?
Como o “Information Dissemination” explica, os EUA e o os seus aliados parecem, mais uma vez, estar a substituir uma reflexão estratégica ponderada pelo voluntarismo cego do “atacamos porque podemos”.
O uso de armas químicas é um crime repugnante, mas atacar a Síria sem estabelecer objectivos estratégicos claros e sem o apoio da opinião pública pode revelar-se uma grande asneira, e de consequências imprevisíveis.

WMD da Síria

O blogue Danger Room tem um post que sintetiza bem o que se sabe sobre o arsenal de mísseis sírios, com especial ênfase na sua possível utilização com ogivas químicas.

Parece-me que um ataque desse tipo é muito improvável, mas nunca fiando…

Guerra civil na Síria V

A Reuters acaba de anunciar: a cidade fronteiriça síria de Jarablus foi tomada pelos rebeldes, após as forças do Governo a terem abandonado.

A confirmar-se a notícia (ela vem dos próprios rebeldes), a queda da dinastia Assad deve estar por dias.

Guerra civil na Síria IV

Já tinha dado conta dela através do Twitter, mas acho que vale a pena colocá-la aqui. Para quem quer perceber melhor o que se passa na Síria, esta apresentação do Institute for the Study of War dá uma visão sintética bem estruturada dos grupos da oposição. Vale a pena ver.

Guerra civil na Síria III

Os acontecimentos estão a precipitar-se. O fim do regime de Bashar Al-Assad pode vir bem mais cedo do que se pensava há dias. O meu cálculo de um mês como prazo máximo para a queda do governo do partido Baath parece cada vez mais válido.

Guerra civil na Síria II

As forças fiéis ao governo sírio não estão a conseguir desalojar os rebeldes de Damasco. Como disse aqui, se o não conseguiram fazer até agora, o regime tem os seus dias contados, mesmo que os rebeldes assumam que ainda não são suficientemente fortes para derrubar Bashar Al-Assad. O ditador pode agarrar-se ao poder, mas, sem uma capital pacificada, esse poder dilui-se de dia para dia.

Tal como aconteceu noutras situações, as forças pró-governamentais estão a usar helicópteros e outros meios pesados para tentar esmagar a oposição, mas é duvidoso que isso seja verdadeiramente eficaz do ponto de vista militar num combate urbano. Já do ponto de vista psicológico e propagandístico, a utilização dessas armas é um inegável fracasso para o regime: as matanças indiscriminadas que têm resultado dessas operações empurraram a população que poderia estar indecisa ou neutra para os braços da rebelião, já para não falar do impacto externo que tiveram.

É fora da Síria, aliás, que se pode decidir se a saída de Al-Assad vai ser apressada ou não. Se a Rússia for convencida a deixar cair o seu velho aliado, e a perder a sua base naval no Mediterrâneo, em Tartus (e a Rússia valoriza muito os seus portos em águas quentes), então Bashar Al-Assad poderá perceber que chegou a hora de seguir o exemplo de Ben Ali, e não o de Muamar Khadafi.

Não é o mais provável, mas pode acontecer.

Guerra civil na Síria

A Cruz Vermelha Internacional acaba de constatar o óbvio: a Síria, toda a Síria, está em guerra civil.
Esta declaração veio no mesmo dia em que os combates alastraram à capital, Damasco. Há poucas horas, forças governamentais cortaram a estrada de ligação ao aeroporto e movimentaram- se no sentido de cercarem os rebeldes instalados em dois bairros do Sul de Damasco – pelo menos é o que dizem fontes da rebelião.
Os confrontos parecem ter atingido uma grande intensidade. Caso as forças do regime não consigam esmagar esta ofensiva adversária no espaço de 48 a 72 horas, Bashar Al-Assad terá os seus dias no poder contados – e provavelmente serão menos de 30.